sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Vendas de imóveis crescem 4,28%


Economia e Negócios

Nos primeiros seis meses deste ano, a construção civil faturou cerca de R$ 871,615 milhões em imóveis residenciais.

Por Beto Pessoa

Cerca de 90% das vendas são de apartamentos com até dois quartos; na zona sul eles têm aproximadamente 60m²

Faturar mais vendendo menos. A afirmação parece estranha, mas é o que aconteceu no primeiro semestre deste ano com a construção civil na capital paraibana. 
Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP) mostram que entre janeiro e junho de 2013 o setor teve alta de 4,28% no volume de vendas, comparado com o mesmo período do ano passado. Entretanto, o número de imóveis vendidos foi 5,37% menor, apontando para vendas de imóveis com preços mais altos.
Nos primeiros seis meses deste ano, a construção civil faturou cerca de R$ 871,615 milhões em imóveis residenciais, enquanto ano passado o volume de vendas gerou R$ 835,792 milhões (+4,28%). Seguindo o caminho inverso, houve diminuição no número de unidades comercializadas, que recuou de 3.054 imóveis, em 2012, para 2.890 em 2013 (-5,37%).
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Construção de João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, isso acontece por conta da modernização dos novos imóveis, que de tão requintados mais parecem clubes privados. “Os apartamentos hoje têm piscina, sauna, quadra de esportes. Tem maior valor agregado, consequentemente tem o metro quadrado mais caro”, disse.
Outro fator para a baixa no volume de unidades é que não foram analisadas as negociações que envolviam programas sociais do governo federal, explicou Fábio Sinval. “A pesquisa não contempla os programas 'Minha Casa, Minha Vida', só aqueles vendidos por corporações. Caso fossem contados os imóveis dos programas sociais, esse resultado seria diferente, pois teríamos muitas unidades vendidas a pouco custo”.
Para o corretor e tecnólogo em negócios imobiliários, Fábio Henriques, o cenário é explicado pela busca por imóveis caros aliado à rotatividade das compras deste ano. “O número de unidades foi menor porque as vendas foram em menor quantidade que ano passado, mas com maior valor agregado.
Uma pessoa que ano passado comprou um apartamento menor, por exemplo, hoje está comprando um maior e mais completo”.
Na comparação com os meses do primeiro semestre do ano passado, apenas abril (630 contra 392) e junho (547 contra 498) tiveram vendas maiores no 1º semestre em unidades residenciais. Já em faturamento, o segundo trimestre apresentou alta em todos os meses, enquanto no primeiro trimestre, o volume faturado ficou abaixo do ano passado (veja quadro completo).
Além disso, muitas famílias estão investindo em regiões onde a procura por imóveis é maior, crescendo também o valor das residências. “Os bairros do Bancários, Valentina e Geisel são os mais procurados na zona sul, enquanto nas praias Cabo Branco, Tambaú, Manaíra e Intermares lideram", disse Fábio Henriques.
Cerca de 90% das vendas são de apartamentos com até dois quartos. Na zona sul eles têm aproximadamente 60m² e preço médio de R$ 170 mil nos Bancários. Já no Valentina o preço médio é R$ 90 mil. Na orla, onde estão os apartamentos mais caros – e menores–, esse preço triplica, com custo médio de R$ 270 mil.

COMERCIAIS EXPANDEM NO 1º SEMESTRE

Os imóveis comerciais, a exemplo das salas para escritório e lojas, são considerados a boa novidade do primeiro semestre nas vendas. Quando comparado os primeiros seis meses de 2012, o volume vendido foi mais de 43 vezes maior do que este ano. No primeiro semestre deste ano, o faturamento foi cerca de R$ 164 milhões, enquanto no ano passado o volume de vendas rendeu míseros R$ 3,887 milhões faturados.
O presidente do Sinduscon-JP, Fábio Sinval, disse que o aumento nas vendas é conse- quência da demanda por esse tipo de imóvel, que cresceu de forma significativa este ano. “Nós não tínhamos produto para vender na área comercial. Ano passado quase não tivemos lançamento nesse segmento.

Segundo Sinval, a instalação de grandes empresas nas proximidades da Paraíba vem demandando o setor da construção civil oferecer empreendimentos comerciais.

Corretor: um competente generalista




Há carreiras profissionais para todos os gostos e habilidades. Tanto é assim que, quando o indivíduo está para escolher a sua profissão, recomendam os aconselhadores vocacionais que ele dialogue de si para consigo, a fim de descobrir seus talentos inatos e inferir quais atividades desempenharia com mais facilidade.
Um parêntesis: em minha opinião, salvo algumas exceções, é prematuro exercitar-se decisão de tamanha responsabilidade aos dezesseis, dezessete anos. Defendo a tese de que a profissão emerja como consequência de uma visão amadurecida e ampliada das possibilidades que se apresentam ao jovem. Enquanto isso, os educadores devem dar conhecimento a este das opções, estimulando-o ao autodesenvolvimento, como faziam os gregos clássicos com os alunos do Liceu.
Voltando ao texto, para facilitar essa escolha, distribuíram-se as modalidades científicas, grosso modo, em humanas, exatas e da saúde. Por exemplo, se o sujeito é da linha do velho Pitágoras, ou seja, só consegue enxergar o mundo por meio da álgebra, é no grupo das exatas que ele deverá se encaixar melhor. Já se a admiração recair mais sobre Descartes ou Francis Bacon, os quais se concentravam na lógica filosófica e no direito, recomendo que o pretendente procure a área de humanas. Noutra banda, se é a trajetória de Hipócrates sua fonte de inspiração, ele terá plenas possibilidades de êxito na estimulante seara da saúde. Há quem diga, todavia, que nem sempre essa divisão é tão hermética. Cada dia mais, na trilha da modernidade, os ofícios distanciam-se das especializações e requerem um generalismo (não confundir com empirismo) que foge inteiramente dos cânones tradicionais.
O leitor quer um exemplo marcante desse postulado? A car
reira de corretor imobiliário. Ora, para ser atuante nesse mercado diversificado, altamente competitivo, extremamente complexo, no qual o produto principal, o imóvel, muda de roupagem com uma frequência extraordinária, ao sabor das contínuas e crescentes demandas do mercado, o corretor precisa estabelecer uma interface com todas as áreas do conhecimento. E com relativa profundidade. Vejamos um pequeno fragmento.
Antes da venda, há que avaliar detalhadamente o projeto. Minúcias como dimensões dos cômodos, materiais de acabamento, itens de acessibilidade, cálculos das áreas privativas e comuns, posicionamento das garagens, processo construtivo do edifício, além de contrato, preço e condições de pagamento, constituem-se num conjunto de preciosas informações. Neste instante, o cuidadoso profissional ativa a porção do seu cérebro dedicada às ciências exatas. Ao dirigir-se para o potencial comprador, a fim de oferecer o produto, o dedicado vendedor evoca na mente as técnicas mais avançadas de convencimento, no afã de demonstrar que a sua mercadoria atende aos desejos do outro. Aí, ele lança mão de toda a humanística possível, acrescentando inclusive sofisticadas construções dialéticas para neutralizar os eventuais argumentos contrários à sua meta. Tudo, claro, dentro da ética, ramo da ciência do quadrante das humanas. No ato do negócio em si, o mais das vezes ele desempenha o papel de confidente, pois o cliente, antes da difícil decisão, costuma partilhar temas familiares variados, inclusive seu estado de saúde. Vê-se então um quase médico ou psicólogo em ação.
Assim, a par desse caleidoscópio de exigências, aquele que escolheu essa linda carreira ganha a oportunidade de crescer como profissional e, mais importante do que tudo, evoluir enquanto pessoa. Como se isso fosse pouco, pode ainda contribuir decisivamente para a pujança de um setor que hoje carrega nos ombros a economia brasileira. Meu respeito, portanto, aos aguerridos corretores (e corretoras) imobiliários!

Números do Brasil
O Brasil conta com 220 mil corretores credenciados, segundo dados do Conselho Federal de Corretores Imobiliários, COFECI. Porém, ainda segundo o Conselho, há espaço para o triplo, haja vista a expansão dos negócios. Nos últimos dez anos, de acordo com levantamento da entidade, cerca de 65 mil pessoas aderiram à profissão, a maioria egressa de outras atividades.

Remuneração atraente
Com as vendas em alta, a remuneração do setor tem se mantido bastante atraente – o salário varia conforme o volume de negócios fechados, já que é baseado em comissões sobre vendas. Entretanto, segundo o COFECI, em nenhuma região do Brasil o rendimento médio mensal fica abaixo dos R$ 3 mil.

Na Paraíba
De acordo com o Conselho Regional dos Corretores da Paraíba, CRECI-PB, instituição vinculada ao COFECI que fiscaliza e apoia a categoria, atuam no Estado cerca de 3,8 mil corretores, distribuídos entre autônomos e empresas. Importante ressaltar que, para o correto exercício profissional é imprescindível o registro naquela entidade, atendendo à exigência de curso técnico preparatório, feito em estabelecimento educacional reconhecido pela instituição. O nível pode ser elevado para graduação e, em seguida, pós-graduação, dependendo do interesse do profissional.

Hermógenes Bomfim
A coluna aproveita o ensejo para, em homenagem a todos os corretores paraibanos, abraçar fraternalmente o corretor Hermógenes Paulino do Bomfim, homem de bem e profissional completo, em cuja memória está contida toda a história do mercado imobiliário de João Pessoa. Queridíssimo, ele detém o privilégio da inscrição nº 1 do CRECI-PB e a reverência dos seus pares. A propósito, este colunista também desfruta da satisfação de ser colega de Bomfim, devidamente credenciado sob nº 1240.

Por Irenaldo Quitans em http://www.jornaldaparaiba.com.br/coluna/construcaocivil

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Vendas de imóveis reagem em João Pessoa

Faturamento elevado


Alta foi de 21,02% nos cinco primeiros meses deste ano sobre o mesmo período do ano passado
Foto: Internet
Mesmo sem sinais claros de retomada do crescimento da economia brasileira, o mercado imobiliário pessoense reagiu e elevou seu faturamento com venda de imóveis novos. A alta foi de 21,02% nos cinco primeiros meses deste ano sobre o mesmo período do ano passado. De janeiro a maio, o volume de vendas chegou a R$ 722,463 milhões contra R$ 596,963 milhões do ano passado. Os dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP) foram consolidados pelo corretor e tecnólogo em negócios imobiliários Fábio Henriques.
Após primeiro trimestre mais tímido em vendas, os meses de abril (R$ 184,596 milhões) e maio (R$ 175,919 milhões) foram os melhores meses deste ano do setor na capital e puxaram a alta no faturamento.
“A onda de pessimismo atrapalha a economia, mas a Paraíba mostra que ainda tem o mercado ativo e aquecido. Há uma demanda grande reprimida, especialmente para os imóveis que se enquadram no 'Minha Casa, Minha Vida', que não são incluídos nesta pesquisa. Se eles entrassem, os números seriam maiores”, pontuou o presidente do Sinduscon-JP, Fábio Sinval.
Já o número de imóveis comercializados na capital reduziu a queda de 25,79%, que acumulava até o primeiro trimestre, para recuo de 9,04% até maio. Segundo os dados do Sinduscon-JP, o número de imóveis vendidos chegou a 2,343 mil este ano contra 2,576 mil nos cinco meses do ano passado.
Média mais alta
Mas em número de imóveis vendidos este ano apenas abril dos cinco da pesquisa superou em igual período aos meses do ano passado. Com 630 unidades vendidas, abril não apenas superou em comparação do mesmo mês de 2012 (392) como foi o mais alto em termos de comercialização de unidades nos dois anos.
Já as vendas de unidades de imóveis dos demais meses deste ano: janeiro (452), fevereiro (337), março (405) e maio (519) foram inferiores ao ano passado.
Apesar de o número de imóveis menor, a média de valor dos imóveis quando dividido globalmente pelas vendas voltaram a subir nos últimos dois meses. “No mês de maio, por exemplo, aconteceram lançamentos de maior valor agregado e que foram muito bem aceitos pelo mercado”, explicou Fábio. De fato, a média do valor de imóveis em março (R$ 262 mil) subiu para R$ 293 mil em abril e chegou a R$ 338 mil em maio.
Com a retomada, a construção civil deverá continuar em ritmo de crescimento até o final do ano.
“No ano passado, o setor residencial faturou algo em torno de R$ 1,5 bilhão. Neste ano, deveremos chegar a R$ 1,8 bilhão”, acrescentou Henriques.
Mudança de cenário
As cifras mais otimistas de maio – e que devem continuar otimistas em junho, conforme o tecnólogo Fábio Henriques – contradizem aquilo que foi visto no primeiro trimestre do ano. De janeiro a março, a indústria da construção civil acumulava queda de 17,64% no faturamento e de 25,79% em imóveis.
“É natural que, com a mudança da gestão municipal, alguns lançamentos demorem mais para acontecer”, comentou.
Passado o período de adaptação, segundo ele, as 'plantas' retidas no começo do ano foram liberadas e não tiveram que enfrentar tanta concorrência em maio.
“Bancários e Manaíra receberam empreendimentos residenciais bastante atrativos. No primeiro, principalmente, há uma nova leva de clientes que são aqueles que já têm um imóvel, mas vendem em troca de uma unidade melhor, mais equipada, com maior valor”, concluiu.



Jornal da Paraíba
Maria Livia Cunha