Economia e Negócios
Nos primeiros seis meses deste ano, a construção civil faturou cerca de R$ 871,615 milhões em imóveis residenciais.
Nos primeiros seis meses deste ano, a construção civil faturou cerca de R$ 871,615 milhões em imóveis residenciais.
Por Beto Pessoa
Cerca de
90% das vendas são de apartamentos com até dois quartos; na zona sul eles têm
aproximadamente 60m²
Faturar mais vendendo menos. A
afirmação parece estranha, mas é o que aconteceu no primeiro semestre deste ano
com a construção civil na capital paraibana.
Dados do Sindicato da Indústria da
Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP) mostram que entre janeiro e
junho de 2013 o setor teve alta de 4,28% no volume de vendas, comparado com o
mesmo período do ano passado. Entretanto, o número de imóveis vendidos foi
5,37% menor, apontando para vendas de imóveis com preços mais altos.
Nos primeiros seis meses deste ano, a
construção civil faturou cerca de R$ 871,615 milhões em imóveis residenciais,
enquanto ano passado o volume de vendas gerou R$ 835,792 milhões (+4,28%).
Seguindo o caminho inverso, houve diminuição no número de unidades
comercializadas, que recuou de 3.054 imóveis, em 2012, para 2.890 em 2013
(-5,37%).
Segundo o presidente do Sindicato da
Indústria de Construção de João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, isso
acontece por conta da modernização dos novos imóveis, que de tão requintados
mais parecem clubes privados. “Os apartamentos hoje têm piscina, sauna, quadra
de esportes. Tem maior valor agregado, consequentemente tem o metro quadrado
mais caro”, disse.
Outro fator para a baixa no volume de
unidades é que não foram analisadas as negociações que envolviam programas
sociais do governo federal, explicou Fábio Sinval. “A pesquisa não contempla os
programas 'Minha Casa, Minha Vida', só aqueles vendidos por corporações. Caso
fossem contados os imóveis dos programas sociais, esse resultado seria
diferente, pois teríamos muitas unidades vendidas a pouco custo”.
Para o corretor e tecnólogo em
negócios imobiliários, Fábio Henriques, o cenário é explicado pela busca por
imóveis caros aliado à rotatividade das compras deste ano. “O número de
unidades foi menor porque as vendas foram em menor quantidade que ano passado,
mas com maior valor agregado.
Uma pessoa que ano passado comprou um
apartamento menor, por exemplo, hoje está comprando um maior e mais completo”.
Na comparação com os meses do
primeiro semestre do ano passado, apenas abril (630 contra 392) e junho (547
contra 498) tiveram vendas maiores no 1º semestre em unidades residenciais. Já
em faturamento, o segundo trimestre apresentou alta em todos os meses, enquanto
no primeiro trimestre, o volume faturado ficou abaixo do ano passado (veja
quadro completo).
Além disso, muitas famílias estão
investindo em regiões onde a procura por imóveis é maior, crescendo também o
valor das residências. “Os bairros do Bancários, Valentina e Geisel são os mais
procurados na zona sul, enquanto nas praias Cabo Branco, Tambaú, Manaíra e
Intermares lideram", disse Fábio Henriques.
Cerca de 90% das vendas são de
apartamentos com até dois quartos. Na zona sul eles têm aproximadamente 60m² e
preço médio de R$ 170 mil nos Bancários. Já no Valentina o preço médio é R$ 90
mil. Na orla, onde estão os apartamentos mais caros – e menores–, esse preço
triplica, com custo médio de R$ 270 mil.
Os imóveis comerciais, a exemplo das
salas para escritório e lojas, são considerados a boa novidade do primeiro
semestre nas vendas. Quando comparado os primeiros seis meses de 2012, o volume
vendido foi mais de 43 vezes maior do que este ano. No primeiro semestre deste
ano, o faturamento foi cerca de R$ 164 milhões, enquanto no ano passado o
volume de vendas rendeu míseros R$ 3,887 milhões faturados.
O presidente do Sinduscon-JP, Fábio
Sinval, disse que o aumento nas vendas é conse- quência da demanda por esse
tipo de imóvel, que cresceu de forma significativa este ano. “Nós não tínhamos
produto para vender na área comercial. Ano passado quase não tivemos lançamento
nesse segmento.
Segundo Sinval, a instalação de
grandes empresas nas proximidades da Paraíba vem demandando o setor da
construção civil oferecer empreendimentos comerciais.